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  A IMPORTÂNCIA DA TORÁ ORAL (para quem acha que só a Torá escrita vale): "Um não-judeu se dirigiu ao Sábio Shammaï e lhe perguntou:...

sábado, 17 de setembro de 2011

Bal Shem Tov



Para marcar esta semana em que se comemora o aniversário de Rabi Ysrael Eliezer deixo aqui algumas historias sobre os ensinamentos deste rabino que foi ou que é um grande pilar da Torá pois os justos jamais morrem os justos sustentam a todos.

Um homem bem vestido foi certa vez visitar o Báal Shem Tov, levando-lhe grande soma de dinheiro a ser distribuída para caridade.

"Meu nome é Avigdor" — disse ele. "Sou um mercador bem posicionado na cidade de Brod."

O Báal Shem Tov aceitou o dinheiro e perguntou: "Reb Avigdor, como posso retribuir-lhe? Tem algum pedido a fazer?"

"Não, não tenho" — replicou Avigdor arrogantemente.

"Talvez uma bênção para seu sustento?" sugeriu gentilmente o Báal Shem Tov.

"Rebe, agradeço-lhe" — replicou Avigdor — "mas tenho muito sucesso em meus negócios por vários anos. Tenho uma mente privilegiada e várias empresas, mesmo que uma delas fracassasse, eu ainda teria outras dez, que me proporcionam um lucro considerável. Não tenho preocupações sobre ganhar o sustento, nem reclamações a fazer."

"Graças a D'us" — disse o Báal Shem Tov com ênfase. Sentia pena de um homem tão inconsciente a ponto de não se lembrar que todo o sucesso é devido à bênção de D'us. Nem ao menos lhe ocorreu dizer Baruch Hashem ("Graças a Deus!") por sua fortuna e felicidade.

O Báal Shem Tov tentou um outro ângulo .

"Avigdor, como está sua família? Sua saúde? Seus filhos?" Esperava que Avigdor se lembrasse de dizer "Graças a D'us", ou alguma outra expressão de agradecimento pelas bênçãos de D'us. Mas foi em vão...

"Dizemos toda manhã durante Shacharit" — começou o Báal Shem Tov — ‘Tu, ó Eterno, és entronado com os louvores do Povo de Israel.’ Isso significa que D'us senta-Se em Seu trono e espera que nós O louvemos. Quando um judeu louva Hashem, isso Lhe é mais caro que as preces dos anjos no céu!


"As pessoas podem se esquecer. Justamente quando alguém tem mais sucesso nos negócios e pensa que sua boa sorte brota de sua perseverança e sabedoria, precisa lembrar a si mesmo que é D'us que lhe concedeu este sucesso. Sempre há motivo para ser grato a Hashem, mesmo que seja apenas pelo privilégio de ser judeu e servi-Lo com júbilo."

O santo Báal Shem Tov fez uma pausa para ver se suas palavras tinham causado uma impressão no visitante. Mas como Avigdor não respondesse, o Báal Shem Tov continuou: "Bem, se não posso ser de nenhuma ajuda para você, talvez possa fazer-me um favor. Quando voltar a Brod, entregaria esta carta ao chefe da comunidade?"

O Báal Shem Tov pegou um pedaço de papel, escreveu umas poucas linhas, colocou-o num envelope, fechou-o e entregou-o a Avigdor. "Entregue pessoalmente, por favor, esta carta nas mãos de Reb Tzadok, o Presidente da Comunidade, e a ninguém mais."

Avigdor pôs a carta no bolso e saiu. Em sua viagem de volta a Brod, meditou um pouco sobre as palavras do Rebe. "Não será tão difícil dizer ‘Baruch Hashem’" — pensou consigo mesmo.

E tendo decidido isso, voltou sua mente aos assuntos de negócios.Quando chegou a Brod, já se esquecera de sua resolução. Além disso, trocou rapidamente de roupas ao chegar em casa e apressou-se para uma reunião de negócios. A carta quedou esquecida no bolso do paletó.

Passaram-se dezesseis anos, e a roda da fortuna deu uma volta completa, suas florestas foram destruídas pelo fogo; uma tempestade afundou um de seus navios, e vários devedores deixaram de pagá-lo. Os negócios que tentava saíam errado, até que tornou-se pobre, viu-se obrigado a vender todos os bens de sua casa para poder alimentar a família. Em pouco tempo, nada mais havia para vender exceto um velho paletó, que estava pendurado no canto do armário.

Ao pesquisar nos bolsos, procurando algum rublo esquecido, encontrou a carta que o Báal Shem Tov lhe pedira para entregar há tantos anos. Abalado, os joelhos cederam e caiu desmaiado. De repente, lembrou-se da santa imagem do Rebe, e as palavras de sabedoria ressoaram em sua mente: "Comece a louvar Hashem pelas pródigas bênçãos que Ele lhe concedeu…"

"Que tolo tenho sido, por não dar ouvidos às palavras do Báal Shem Tov" — pensou consigo mesmo. O remorso encheu-lhe o coração e trouxe-lhe lágrimas aos olhos. "Nunca mais esquecerei de dizer Baruch Hashem" — prometeu firmemente a si mesmo.

A escrita no envelope tinha empalidecido mas ainda estava legível. "Para Reb Tsadok, Presidente da Comunidade de Brod — dizia. Saiu apressado e perguntou à primeira pessoa que viu.

"Onde posso encontrar Reb Tsadok?" Avigdor perguntou freneticamente.

"Refere-se a Reb Tsadok, o recém-eleito líder da Comunidade?" inquiriu o estranho.

"Sim, sim, é este o homem" — replicou impacientemente Avigdor.

"Você o encontrará no grande Beit Midrash. Acabei de vê-lo ali. Um grande homem, este Reb Tsadok; exatamente hoje pela manhã, foi eleito chefe da Comunidade."

"Somente esta manhã?!" Avigdor ficou atônito. Desde que seus negócios tinham começado a ir por água abaixo, deixou de se interessar pela comunidade. Perguntou-lhe se conhecia este Reb Tsadok. "Talvez pudesse dizer-me algo sobre ele?" perguntou cortesmente.

"Na verdade, posso" — replicou o judeu. "Lembro-me dele quando ainda era menino. Seus pais eram pobres e não podiam enviá-lo a uma yeshivá. Tornou-se aprendiz de alfaiate e finalmente abriu seu próprio negócio. Não era lá essas coisas como alfaiate, mas ia vivendo. Desnecessário dizer que era um homem pobre, mas não demonstrava. Se alguém lhe perguntasse: ‘Tsadok, como vão os negócios?’ ele sempre dizia: 'Graças a D'us, dá para viver.' Bem, para encurtar a história, há alguns anos ele começou a prosperar. Um rico senhor de terras contratou-o para cuidar das librés dos servos. O cavalheiro adquiriu amizade por ele e não demorou muito, criou uma reputação entre a nobreza, e as encomendas começaram a chover.

"Tsadok contratou a maioria dos alfaiates locais para trabalhar para ele, e estava ficando mais rico a cada dia. Mas não deixou que o sucesso lhe subisse à cabeça. Doava generosamente às causas de caridade, e permaneceu simples como sempre fora. Sua resposta continuou sendo: 'Graças a D'us, está dando para viver.' Quem teria imaginado?

"Bem, hoje ele foi eleito líder da comunidade, e a cidade inteira está celebrando."

Avigdor correu até a sinagoga principal. Reb Tsadok ainda estava lá, e Avigdor entregou-lhe a carta, dizendo com certo constrangimento: "Sinto muito, Reb Tsadok, por estar um pouco atrasado com a entrega desta carta… Perdoe-me, por favor."

Reb Tsadok recebeu o envelope amassado, verificou se estava mesmo endereçado a ele, e abriu-o. Quando leu a data, sua face tornou-se mortalmente pálida. A carta fora datada há dezesseis anos, mas dirigia-se a ele como "chefe da comunidade"! Após tomar um gole d'água, continuou a ler. Na carta, o Báal Shem Tov apresentava o portador como um judeu que tinha sido rico no passado, mas que agora estava necessitado de ajuda financeira. O Báal Shem Tov pedia que Reb Tsadok ajudasse este judeu a reerguer-se na vida. Caso o destinatário duvidasse que a carta era genuína, os dois sinais seguintes deveriam dissipar todas suas dúvidas. Em primeiro lugar, esta carta seria entregue no dia exato de sua eleição como Presidente da Comunidade; em segundo, no mesmo dia sua esposa daria à luz um filho.

Reb Tsadok mal terminara de ler a carta, quando o shammes chegou correndo, ofegante: "Mazel Tov, Reb Tsadok! Sua mulher acaba de ter um menino!"

Ficou sem fala. O santo Báal Shem Tov falecera há vários anos, mas aqui estava uma carta com sua própria caligrafia, que tinha demorado tantos anos para alcançá-lo e mesmo assim chegara a tempo!

Voltou-se para Avigdor e disse:

"Reb Avigdor, não precisa desculpar-se por ter extraviado a carta. Creia-me, ela chegou exatamente na hora certa. Por falar nisso, gostaria de jantar comigo hoje? Eu poderia usar um homem com a sua experiência na minha empresa."

Avigdor simplesmente ficou ali, apalermado. Havia somente uma coisa que poderia dizer: "Baruch Hashem" — exclamou. "Baruch Hashem!"

Graças a D'us!

Graças a D'us!

Graças a D'us!
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Baal Shem Tov era muito conhecido dentro de uma comunidade, porque todos diziam que ele era um homem tão piedoso, tão bondoso, tão casto e tão puro que D'US escutava suas palavras quando ele falava.
Havia nesta comunidade uma tradição: todos os que tinham um desejo insatisfeito ou que necessitavam de algo que não tinha conseguido iam ver o rabino.
Ball Shem Tov se reunia com eles uma vez por ano, em um dia especial que ele elegia e levava todos a um lugar único, que só ele conhecia em meio ao bosque.
E uma vez estando ali, conta a lenda que . Baal Shem Tov armava com ramos e folhas secas um fogo de uma forma particular e muito bela, e entoava depois uma oração em uma voz bem baixa... como se fosse para ele mesmo.
E dizem...
Que D'US gostava tanto destas palavras que Baal Shem Tov dizia, se fascinava tanto como o fogo armado dessa maneira, queria tanto esta reunião nesse lugar no bosque... que não podia resistir ao pedido de Baal Shem Tov e concedia os desejos de todas as pessoas que ali estavam.
Quando o rabino morreu, essa gente se deu conta de que ninguém sabia as palavras que Baal Shem Tov dizia quando iam todos juntos pedir algo... Porém, conheciam o lugar no bosque e sabiam como armar o fogo.
Uma vez por ano, seguindo a tradição que Baal Shem Tov havia instituído, todos os que tinha necessidades e desejos insatisfeitos se reuniam nesse mesmo lugar no bosque, acendiam o fogo da maneira que haviam apreendido como o velho rabino e como não conheciam as palavras, cantavam qualquer canção, recitavam um salmo ou só se olhavam e falavam de qualquer coisas neste mesmo lugar ao redor do fogo.
E dizem...
Que D'US gostava tanto do fogo aceso, gostava tanto deste lugar no bosque e dessa gente reunida, que mesmo que ninguém dissesse as palavras adequadas, assim mesmo, concedia os desejos a todos os que ali estavam.
O tempo passou e de geração em geração a sabedoria foi se perdendo...
E aqui estamos nós...
Nós não sabemos qual é o lugar no bosque.
Nós não sabemos quais as palavras.
Nem se quer sabemos acender o fogo a maneira que Ball Shem Tov acendiam...
Entretanto, há algo sim que sabemos:
Sabemos esta história, Sabemos este conto...
E dizem...
Que D'US adora tanto este conto,
Que gosta tanto desta história, Que basta que alguém a escute...
Para que ele, compadecido, Satisfaça qualquer necessidade
E conceda qualquer desejo a todos os que estão compartindo
Desse momento...
Assim Seja!
(O senciente Rabino Ball Shem Tov


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