Pular para o conteúdo principal

O “Credo” do Judaísmo

O “Credo” do Judaísmo

1.D'us: D'us é o Criador. Eterno, omnisciente, omnipotente, infinito e incorpóreo. Deus não tem género no sentido humano do termo, o pronome masculino é-Lhe atribuído apenas por convenção. D'us é único. D'us é um e não composto por diferentes personalidades.

2.Instrução: O Criador concedeu ao Homem instruções de comportamento destinadas a promover a vida e a evolução espiritual. As instruções são baseadas em constantes universais criadas por D'us, e como tal imutáveis. As instruções encontram-se contidas na Bíblia Hebraica (Torá, ver Tanakh, conhecida entre os cristãos como “Antigo Testamento”).

3.Futuro: Seguindo as instruções, o Homem, ao longo dos séculos, produzirá mudanças positivas no Mundo, restaurando a sua essência primordial (conceito de Tikkun ha-Olam). Esta mudança (restauração) é um esforço colectivo dos povos ao longo de muitas gerações.

4.Julgamento: Cada pessoa é julgada com base apenas nos seus actos, independentemente de outros factores, tais como crença, etnia ou orientação sexual. Os actos de outras pessoas – quer sejam familiares, antepassados ou homens santos – são irrelevantes. O Homem possui total e inquestionável livre arbitro bem como controlo sobre todas as suas acções.

5.Expiação: A correcção dos erros individuais quotidianos é feita através da oração (meditação), observância anual do Dia do Perdão (Yom Kippur); e arrependimento, corrigindo os erros sempre que possível, resolvendo não os repetir e cumprindo as Instruções – incluindo a ajuda aos mais necessitados, tida como a maior de todas elas.

6.Recompensa: D'us não promete recompensas individuais, mas sim colectivas.

7.O Bem e o Mal: D'us é o Criador de todas as coisas. O judaísmo não tem o conceito de Diabo. Enquanto em hebraico existe a palavra satan, e ela de fato é mencionada várias vezes na Bíblia Hebraica, o seu significado é completamente diferente do atribuído pelos cristãos – em hebraico satan quer dizer oponente, referido por regra no contexto da luta interior individual entre dois opostos. O “Mal” é produto exclusivo das ações, individuais e colectivas, do Homem, assumindo-se como o resultado de um processo cósmico de “causa e efeito” equiparável às teorias da física newtoniana.

8.Depois da Morte: No judaísmo não existem os conceitos de Céu, Inferno ou Salvação. As preocupações devem ser centradas unicamente nesta vida; não temos qualquer tipo de controlo sobre o que nos irá acontecer depois da morte. Uma vez que o objectivo da evolução espiritual individual só pode ser alcançado com a imersão na sociedade e a interacção com o semelhante, também não existe no judaísmo o conceito de isolamento monástico. Na prática, o objectivo é viver a vida da melhor e mais justa forma possível.

9.Messias: A palavra hebraica moshiach (משיח - messias) não tem a mesma conotação que lhe é atribuida pelo cristianismo. No judaismo não existem homens-deus, semideuses ou filhos literais de Deus. Uma pessoa não pode tomar ou absolver os pecados de outra. Os judeus não estão à espera da vinda de alguém. O Futuro chegará através das ações do conjunto da Humanidade. Um dos sinais contidos na Tanach (Biblia) Hebraica para a chegada da era messiânica é a paz universal.

10.Povo Eleito: A Bíblia Hebraica (Antigo Testamento) refere-se poucas vezes aos judeus como “o povo eleito”, mas a expressão tem sido destorcida ao ponto de se fazer crer que os judeus se julgam intrinsecamente superiores aos não-judeus. Esta leitura é completamente falsa. Os judeus são “escolhidos” apenas enquanto portadores da Mensagem (Instrução), e seus guardiões através dos séculos. Não existe qualquer sentimento de superioridade ou inferioridade implicita.

11. Sacrifício e Expiação: O sacrifício não é necessário para a expiação. O propósito do sacrifício é expressar o sentimento de afinidade pessoal para com o Criador. Na ausência do sacrifício, o mesmo sentimento pode ser expresso através da oração (meditação) e correcção dos erros cometidos.

12.Dez Mandamentos: Os conhecidos “Dez Mandamentos” são apenas uma parte da Instrução, ainda que importante. A palavra hebraica usada significa literalmente “declaração” (“dez declarações”). No judaísmo, em vez de apenas dez,
existem 613 mandamentos (mitzvot).



Postagens mais visitadas deste blog

BENÇÃO DE HA MAPIL

Bendito sejas Tu,Eterno D'us,Rei do Universo,que causa a vontade do sono aos meus olhos e a sonolência ás minhas pálpebras,e que ilumina a pupila dos meus olhos,Seja do Teu agrado,Eterno,D'us meu e D'us de meus pais,que me faças deitar em paz e que me faças levantar novamente para uma boa vida e para a paz; e que não me pertubem sonhos maus e maus pensamentos; e que seja a minha cama plena perante Ti; e ilumina os meus olhos para que eu não durma o sono da morte. Bendito sejas Tu,Eterno que iluminas todo o Universo com Tua glória. Antes que se va dormir, deve-se recitar não só o Shemá, mas também a Beracha de "Ha'mapil chevlei sheina Al einai…" Originalmente, este Beracha foi instituída para ser recitado com "Shem U'malchut", ou seja, com a frase, "hashem elokenu melech Ha'olam". No entanto, muitos têm a prática de recitar esse Beracha sem "Shem U'malchut"; Esta é a posição do Ben Ish Chai (rabino Yosef Chayim de Bagdá...

Cabalá ?

Quando as pessoas perguntam sobre o Judaísmo, eles geralmente fazem perguntas como: Você acredita em céu e inferno? Em anjos ou o diabo? O que acontece com a alma após a morte? Qual é a natureza do D'us e do universo? As respostas a perguntas como estas definem a maioria das religiões, na verdade, tenho ouvido algumas pessoas dizerem que o propósito da religião é responder a esses tipos de perguntas. No entanto, no judaísmo, a maioria destas questões cosmológicas estão abertas à opinião pessoal. As áreas de pensamento judaico que mais extensivamente discutir estas questões, a Cabalá e o misticismo judeu, não foram tradicionalmente, mesmo ensinadas a pessoas até a decáda de 40, quando tinha completado o ensino da Torá e do Talmude. Misticismo Misticismo e experiências místicas têm sido uma parte do judaísmo desde os primeiros tempos. A Torá contém muitas histórias de experiências místicas, a partir de visitas de anjos e sonhos proféticos e visões. O Talmud considera a exi...

Amidá A oração do Judeu

Shemonê Esrê – Amidá – A Grande Oração Amidá é a Oração Central da Liturgia Judaica. A palavra significa "estar de pé", visto que se diz a oração de pé, olhando na direção de Jerusalém. Também é comumente chamada de Shmonê Esrei (dezoito, em hebraico), por conter inicialmente dezoito orações. Mais tarde, os Rabinos decretaram a inclusão de uma décima nona oração para que os Cristãos Primitivos infiltrados nas Sinagogas não pudessem recita-la já que a décima nona oração seria contrária a seu credo, mas o nome acabou permanecendo como dezoito. A inclusão da 19ª. Brachá (benção) teria sido feita na Babilônia, no século III E.C, pela divisão de uma das orações em duas (David que construiu Jerusalém e David precursor do Messias). Shemonê Esrê – Amidá – A Grande Oração Ó Senhor, abre os meus lábios e minha boca proclamará o Louvor a Ti! 1ª Benção - Benção dos Patriarcas Bendito sejas Tu, Eterno, nosso D-us e D-us de nossos pais; D-us de Abraão, D-us de Isaac e D-...