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Torá Oral

  A IMPORTÂNCIA DA TORÁ ORAL (para quem acha que só a Torá escrita vale): "Um não-judeu se dirigiu ao Sábio Shammaï e lhe perguntou:...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Estudo da Torá





O valor do estudo da Torá supera o de qualquer outro estudo pois ele nos liga com a árvore da vida.
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Em cada palavra da Escritura, o Santo, bendito seja ele, encerrou um mistério supremo que representa a alma da palavra, e outros mistérios menos profundos, representantes do involucro do primeiro mistério. O homem profano percebe em cada palavra apenas o corpo, isto é, o sentido literal. Os clarividentes, ao contrario, veem em cada palavra o involucro que envolve a alma e, por meio desse involucro, entreveem a alma ainda que a visão clara e nítida dessa alma lhes seja impossível.

Ó, quão afastado está o espírito dos homens que não entendem o verdadeiro sentido das palavras da Escritura, ainda que ela se faça ouvir a cada dia docemente aos homens! Como acabo de dizê-lo, a Escritura se apraz às vezes em livrar o mistério de seu invólucro; mas ela o faz apenas por um breve instante; e mal o livra de seu invólucro, ela se apressa em aí encerrá-lo novamente. Porém, mesmo nos raros lugares em que a Escritura descobre os mistérios, eles são apanhados apenas pelos iniciados. A coisa pode ser comparada a uma jovem em um palácio. Essa jovem tem um amante, mas ninguém sabe disso. Como o amante, possuído pelo desejo de ver sua amada, passa frequentemente diante do palácio lançando seus olhares para todos os lados, procurando-a, a jovem decide fazer uma pequena abertura na parede de seu palácio e, no momento em que ela vê passar o amante, aproxima seu rosto, por um instante, da abertura e o retira imediatamente. As pessoas que passam diante do palácio ao mesmo tempo que o amante não veem o rosto da jovem, salvo ele, pois é o único cujos olhos, coração e alma estão voltados para ela. O mesmo ocorre na Escritura; ela revela seus mistérios apenas aos seus amantes. Os não-iniciados passam de lado, sem nada ver. Mas aos iniciados cujos olhos, coração e alma estão dirigidos para a bem-amada Escritura, ela se revela por um breve instante.

Observai que a Escritura procede a respeito do homem da seguinte maneira: em primeiro lugar ela indica, por um sinal, que vai se aproximar. Se o homem não compreende esse sinal, ela o chama de 'insensato', assim como está escrito: "E aos insensatos ela disse: vinde a mim". (Prov, 9, 4) Quando o homem se aproxima, ela lhe fala através do véu que ainda os separa.

O homem começa pouco a pouco a compreender. O homem se encontra então na interpretação silogística. Em seguida, ela fala ao homem por meio de um véu transparente. O homem chega então à interpretação simbólica. Enfim, quando o homem se familiariza com a Escritura, ela se mostra a ele face a face e revela os mistérios ocultos por ela desde o início dos tempos. Então o homem alcança o conhecimento perfeito da Escritura; torna-se mestre da casa, pois todos os mistérios lhe são revelados, sem que nenhum permaneça oculto. A Escritura diz então ao homem: tu vês que com as mesmas palavras indiquei um sentido literal, e agora um sentido místico; e da mesma forma que para o sentido literal todas as palavras são indispensáveis, sem que se possa nada lhe acrescentar e nada lhe retirar, também para o sentido místico todas as palavras escritas se mostram indispensáveis, sem que se possa acrescentar a elas uma só letra ou retirar. É por isso que é conveniente aos homens se aplicarem zelosamente ao estudo da Escritura, tornando-se seus amantes.

  Sefer Zohar




 
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